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Mostrando postagens de dezembro 5, 2008

O TAMBORIL

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Se esta praça fosse minha, Se eu fizesse chover em abril, Se eu pudesse trazer à vida Estaria vivo o tamboril. Mas jaz vivo na memória, Jaz descansando numa sala, Na forma rústica de um móvel Onde a pessoa senta e fala. Serrado em rodelas imensas, Em longas tiras espessas, Em tranqüilidade além de senil, Morreu para os olhos do povo, Virou estacionamento de gente As toras do tamboril.

FELIZ ANIVERSÁRIO

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Parece que ninguém se importa com tua aparência. Tua sujeira E os teus rios inundados reclamam atenção Mas ninguém dá. Tua gente, essa que mora nas tuas reminiscências, São relegadas como estorvo, E em teus salões o senhorio ri, Cioso de suas realizações... O que tens para oferecer? Para qual século te levam os teus passos? Que rosto terás amanhã? A santa do teu culto nem mesmo te vê... Os olhinhos fechados são para não enxergar o que se passa E o badalo do sino Só serve para assinalar mais uma missa... Essas crianças com o nariz escorrendo lhe causam nojo? Essas mulheres prenhes lhe assustam? Essas mortes prematuras anunciam algo? É teu destino, Senhora, essa peleja. Mas, lutar pelo quê? És apenas uma velha, Senhora, “Cidadezinha qualquer” na rota de muita gente, Em que até a Missão Cruls fez passagem por teu solo Para anunciar os auspiciosos novos tempos do país, País que se esqueceu de você Até mesmo na passagem de Prestes. E assim permaneces, Tão próxima da Capital Na rota do bem