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Mostrando postagens de maio 11, 2010

O DIA EM QUE MORRI

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Hoje eu sou um espírito andando por aí. Como uma sombra, tenho grandes virações e experimento ver o mundo de uma maneira que nem mesmo quando eu ainda vivia em meu corpo humano jamais experimentei ou sonhei. No entanto, naquela noite em que morri eu estava calmo. Recordo-me bem. Eu estava sentado num café, bebericando café e saboreando iguarias quando aquele homem chegou. Ele trajava uma roupa velha, muito gasta e tinha um odor amargo. Olhou o salão furtivamente, sem se fixar, mas reparou em todos os movimentos. Eu lia, mas vi quando ele me fixou, me olhando por sobre o ombro direito. Eu tentei desviar meu olhar, mas o homem me percebeu. Ele veio até mim e se sentou na cadeira vazia. A barba hirta e suja, fedia. As unhas sujas começavam dedos grandes com nódulos salientes e cortes indistintos que marcavam a vida sem esmero daquele homem. A jaqueta vermelha rasgada e o velho jeans desbotado complementavam o visual dantesco sentado ali, bem próximo, me enojando. E eu, cristão, fingia