SOMOS TODOS MAUS?


SOMOS TODOS MAUS?

“O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons”.
Martin Luther King Jr.

Eu sei que não deveria mais ficar indignado com as notícias. Porque toda vez que abro a revista ou o jornal, ou procuro um site de informações, é a mesma coisa: não posso esperar boas notícias, pois só falam em tragédia, acontecimentos espúrios, negociações sigilosas, transações nefastas.
Eu tinha certeza que iria encontrar alguma coisa assim nesta última edição da Carta Capital. Bingo! Lá estava, com destaque, a senadora Kátia Abreu, engrossando o coro dos parlamentares que vendem a alma ao diabo e empurra o povo ao calabouço.
Mas eu ainda me indigno. Só que minha indignação me corrói porque eu não posso gritar, porque me sinto impotente, porque estou com as minhas atadas, frustrado, entristecido, alquebrado com a vilania desses “poderosos” esbanjando mal-caratismo e se aproveitando do cargo que ocupa para se apropriar dos bens do povo, como fizeram Cabral e seus marinheiros, que não queriam o nosso bem, mas os nossos bens. Ainda continuam querendo nossos bens!
E me pergunto, descontente: será que somos todos maus? Pergunto isso porque penso em Martin Luther King Jr., que disse ser esta a real preocupação. “Não é a violência, não é o banditismo, não é a roubalheira, não é a corrupção, é o silencio dos bons que preocupa”.
Somos todos maus neste país? Será que a realidade por aqui é que todo mundo, independente da roupa que vista, das idéias que adote e do ambiente em que trabalhe, é corrupto? Ou é só míope e finge que isso não afeta suas vidas? Não é possível que vamos ser lesados para sempre por políticos e não-políticos que nos reconhecem como imbecis e estão “se lixando para a opinião alheia”.
Gritar para quem? Fazer o quê? Votar no melhor? Ora, onde está esse cidadão/cidadã? Onde está esse salvador? Onde está essa alma que não se vendeu?
A gente comum não tem para quem gritar. Está de mãos atadas, não pode fazer nada. Pois se nem com a imprensa cobrando, informando, martelando, essa gente muda, imagina com uma simples reação de indignação de um comum, que é contado apenas como um título de eleitor!
Eu, na minha reação inicial, tive vontade de jogar a revista ao lixo ou ao fogo porque aquela realidade não é a que eu quero! Mas depois li a entrevista do vice-presidente José de Alencar e percebi uma lucidez que não é comum neste país, brilhando no final desse túnel, apontando para o caminho da Justiça. E só por isso mantive as esperanças, porque ainda há pessoas boas, sim, neste imenso país de gente levando e/ou tentando levar vantagem em tudo.

leia reportagem: Revista Carta Capital, Golpe contra camponeses

20/11/2009, Edição 573.

Leandro Fortes, de Campos Lindos (TO)

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