À TUA ALMA...

À TUA ALMA...



A alma que tens é muito mais humana
E generosa que a minha,
E teu apego à família
Comove até as montanhas.
Pois de tuas mãos calejadas
E do suor que respinga em teu rosto
És capaz de retirar bondade e bens
Para acalentar teus dois filhos
E os filhos dos teus irmãos,
Que caíram sobre teus ombros
Numa tarde chuvosa de janeiro.

Eu, por minha vez,
Com minha alma sempre angustiada, vadia,
Por vezes vazia,
Olhando para longe do horizonte,
Não conseguia ver além da minha própria agitação.

Mas o que é a generosidade,
Se eu sou tão inconstante e capaz
De lhe fazer o bem e lhe fazer o mal ao mesmo tempo?

E quantas vezes não me perguntava se eu mesmo não era deus,
Pois o mesmo calor que lhe dava nunca era o mesmo que recebia,
E se toda a pureza que vi em teus olhos
A ela jamais dei importância.
Mas nunca deixei de notar
Que o teu apego a mim foi sempre maior
À dedicação que sequer lhe pude oferecer.

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