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Mostrando postagens de 2011

VOCÊ TEM O GOVERNO QUE “MERECE”?

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“Cada povo tem o governo que merece”, asseverou Joseph-Marie Maistre (1753-1821). Trata-se de uma constatação absurda e cruel e denota apenas uma desesperada opinião. Obviamente, saem das urnas os políticos que dizem o que o povo quer ouvir, não quem diz a verdade. Quem inventa consertos mirabolantes, não quem vê que algo está errado. Indivíduos que põem o dedo na ferida e que se condoem com a situação precária da comunidade, da sociedade, e que deseja mudar o que existe por ver aí erros não terá vez no rol dos agraciados com o poder público a não ser em bem poucas vezes, quando a lucidez parecer acudir aos votantes. Isso porque o povo, isto é, aquele que vota e legitima o poder, só gosta de quem lhe passe a mão na cabeça, de quem lhe dá algum “presente”, de quem lhe engane com promessas vãs. Contudo, sair das urnas os políticos mais canalhas, e ser dado a eles o poder e o direito de decidir por todas as pessoas por determinado período não quer dizer que aqueles que não votaram

LIBERDADE DE EXPRESSÃO: SERVE PARA QUÊ?

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LIBERDADE DE EXPRESSÃO: SERVE PARA QUÊ? A liberdade de expressão é um direito constitucional, mas é prejudicial e faz mal. A Carta Magna assegura que “é livre a manifestação de pensamento” (art. 5º, IV), mas o legislador se esqueceu de dizer que é melhor se manter quieto, calado, mudo, baixar a cabeça pra tudo, porque se a pessoa abrir a boca para falar, caçarão esse direito de todas as formas. Então, a pessoa precisa ponderar o que vai dizer, precisa ver em qual terreno escorregadio dos interesses está pisando, precisa ter o cuidado terrível de se omitir. O mesmo artigo diz que “é velado o anonimato”. Ora, amigos, se o falante se mostrar, se tiver a petulância de erguer sua voz contra autoridades ineficientes, se tiver a desfaçatez de se aproveitar desse direito e cumprir com o dever que lhe é correlato, sofrerá consequências bastante desagradáveis. A liberdade de expressão, a meu ver, só é válida quando a pessoa fala besteiras sem jamais opinar sobre algo de relevância. Esse dir

NÃO IMPORTA ONDE VOCÊ JÁ CHEGOU. IMPORTA ONDE VOCÊ ESTÁ INDO

Na vida, muitos acontecimentos são questão de escolha, de estabelecer metas e de trabalhar para cumpri-las. Nem todos começamos bem a caminhada, mas no decurso de nossa jornada, podemos mudar a trajetória de nossas vidas e seguir um rumo estabelecido para alcançar objetivos que nos darão, no final, a sensação de que fizemos tudo o que queríamos fazer e que, por isso mesmo, a vida foi altamente bem-sucedida. Um professor contou uma pequena história. Na história dele, o cara nasceu numa pequena cidade do interior, chão de terra batida, poucas alternativas. Ou seja, o começo não foi bom, mas isso não dependia dele. Dependia dos pais dele. Esse cara, na vida adulta, se mudou para outra cidade. Quando casou, tinha pouco mais que dois colchões de solteiro, que de dia eram sofá e de noite eram cama de casal, uma tevê e alguns móveis de cozinha, e morava num pequeno apartamento de 38 m². No dia do seu primeiro aniversário de casamento, ele foi comemorar num restaurante bem simples e ali, n
Em 2006 escrevi um texto intitulado SALVEM A IGREJA DO ROSÁRIO. Era um grito contra a construção de um posto de gasolina em frente ao imóvel sagrado de nossa história e que, por conseguinte, macularia a visão do velho prédio sagrado. Mas não só isso. A construção do posto naquele local era proibida, como ficou evidente depois. Mas num primeiro momento, era proibida porque assim a Lei municipal o determinava. O texto era, concomitantemente, um grito contra o legislar em causa própria e contra a total falta de interesse que os políticos locais à época tiveram em proteger um patrimônio tombado que é também um símbolo da religiosidade do nosso povo. Pois bem, naquela ocasião a lei foi modificada, a modificação foi sancionada pela autoridade máxima, e a construção do posto foi iniciada. Ainda estão lá as estruturas metálicas. Graças a Deus ou à Virgem Maria, eu suponho, as autoridades judiciárias resolveram interferir e, por força de lei maior, a construção foi vetada. E hoje, 25/09/2011, a

QUEM ME DERA QUE EU MORRESSE HOJE...

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Morrer não é na verdade morrer. Morrer é transformar. Morrer é deixar de ser (José Saramago) Ó meu Deus, ó Jah, Quem me dera Que eu morresse hoje! Quem me dera Que esse pó que sou se espalhasse, Virasse poeira e E se perdesse nesse céu tão vasto Ou nesse mar tão largo... Se eu morresse hoje Então eu não teria que ter sonhos Nem teria que traçar destinos, Eu teria apenas que ter fim... Que eu findasse numa praça sem monumentos Longe do rebuliço das pessoas, Distante da velocidade dos automóveis Para poder sentir a calma da partida E para poder me lembrar, Por um momento apenas, Como era estar vivo... Ou que eu findasse Aos pés das ondas, Vendo o mar, sentindo-o e banhando-me nele Para que ele me levasse à eternidade do sepulcro... Quem me dera que esse pó que sou Derretesse sob uma forte chuva E depois fosse embora com as enxurradas E que sobrasse na minha ida Apenas um pequeno veio de cal Indicando levemente O fim de uma dorida existência... Ou ainda, Que o meu co

OLHE POR ONDE VOCÊ ANDA!

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OLHE POR ONDE VOCÊ ANDA! Al Yasa ibn Jibrail Não, não se trata de uma ordem. É apenas um lembrete, para que você, ao andar pelas calçadas de Luziânia, não tropece em alguma mercadoria à venda no comércio local. É claro que você já percebeu! Você sai cedo de casa, mas cedo mesmo sai tropeçando em petrechos colocados estrategicamente nos passeios, impedindo você de ir livremente. Os petrechos são inconvenientes, mas é ainda pior quando cercam, isso mesmo, cercam o passeio, fazendo você dar volta na rua, disputando o espaço com os carros, correndo riscos de sofrer acidentes. “A Constituição Federal de 1988 (CF/88) estabelece que a política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes (art. 182). E com base nessas diretrizes e também no art. 183 da CF, o Congresso Nacional em 2001 editou o Estatuto das Cidades (Lei 10.257), para regular o uso

O LEGISLATIVO SIMBÓLICO

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O LEGISLATIVO SIMBÓLICO Al Yasa ibn Jibrail Uma série de reportagens apresentadas pela Rádio CBN confirmou que o nosso sistema legislativo é subserviente ao executivo na União, nos Estados e nos Municípios. Montesquieu, o responsável pela divisão dos poderes em três esferas (Legislativo, Executivo e Judiciário), teorizou poderes harmônicos entre si, mas cada um cumprindo o seu papel. Nesse particular, ao Executivo caberia comandar o país, ao Legislativo, criar leis e fiscalizar o Executivo, e ao Judiciário, zelar pela aplicabilidade das leis. Na doutrina do seu livro “O espírito das leis”, Montesquieu "Visou limitar o Poder do Estado, dividindo-o em funções, e dando competências a órgãos diferentes do Estado, e tinha por base também aumentar a eficiência do Estado, pois cada órgão do Governo tornar-se-ia especializado em determinada função. Com isso, estas duas bases da teoria de Montesquieu, acabavam por diminuir visivelmente o absolutismo dos governos" (MATIAS, 2007).

À TUA ALMA...

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À TUA ALMA... A alma que tens é muito mais humana E generosa que a minha, E teu apego à família Comove até as montanhas. Pois de tuas mãos calejadas E do suor que respinga em teu rosto És capaz de retirar bondade e bens Para acalentar teus dois filhos E os filhos dos teus irmãos, Que caíram sobre teus ombros Numa tarde chuvosa de janeiro. Eu, por minha vez, Com minha alma sempre angustiada, vadia, Por vezes vazia, Olhando para longe do horizonte, Não conseguia ver além da minha própria agitação. Mas o que é a generosidade, Se eu sou tão inconstante e capaz De lhe fazer o bem e lhe fazer o mal ao mesmo tempo? E quantas vezes não me perguntava se eu mesmo não era deus, Pois o mesmo calor que lhe dava nunca era o mesmo que recebia, E se toda a pureza que vi em teus olhos A ela jamais dei importância. Mas nunca deixei de notar Que o teu apego a mim foi sempre maior À dedicação que sequer lhe pude oferecer.